1 - Conduto auditivo externo
2 - Conduto auditivo médio
3 - Conduto auditivo interno
Muitos nos pergunta sobre os cuidados que temos com os ouvidos dos animais no momento do banho. A preocupação geral é de que os ouvidos dos animais não sejam expostos a água, causando otites, isto é, inflamação dos ouvidos.
Para evitar a entrada de água no conduto auditivo dos animais, utilizamos algodão hidrófobo. Diferente do hidrófilo, o comumente comprado nas farmácias, chamado algodão branco, o hidrófobo é coberto por uma resina que impede a absorção da água, e, portanto, mantêm o ambiente mais seco. Esse é o algodão usado, por exemplo, quando engessamos nosso corpo.
Fazemos uma bolinha de algodão hidrófobo e inserimos nos ouvidos. Ele é retirado apenas no final do banho, pois também ajuda abafar o som durante a secagem.
Após a secagem, retiramos o algodão do ouvido e realizamos a limpeza do conduto auditivo externo e médio. Com ajuda de uma pinça enrolada em algodão branco, embebedemos com solução ceriminolítica (líquido utilizado para limpeza dos ouvidos), e limpamos as curvas do ouvido externo e o conduto do ouvido médio.
Diferente do que muitos imaginam, o ouvido do cão e do gato (veja figura acima) é em forma de martelo, o que impede que se atinja o ouvido interno onde se encontra o tímpano. Para garantir também que não empurremos a cera para dentro do ouvido, à pinça é curva, e não reta, que serve como "pá", pára extrair a sujeira.
Se o ouvido do animal já possui cera acumulada em execesso e há acúmulo de pelos, fazemos a remoção usando um pó otológico, que auxilia na retirada dos pelos e ajuda manter o conduto auditivo seco.
Mas, mesmo com todos os cuidados no banho, ainda assim é possível que o animal desenvolva otite.
Veja abaixo os tipos de otites e suas causas:
* Infecciosa: causada por bactérias e, geralmente, acompanhada de pus. Às vezes, é difícil de ser tratada e necessita de exames complementares, como coleta da secreção para análise e determinação do antibiótico que deve ser usado (cultura e antibiograma). Esses tipos de otite, quando "mal curadas", ocasionam um quadro crônico e cada vez mais difícil de ser resolvido.
* Parasitária: causada por ácaros (sarna). É muito comum encontrarmos excesso de cera de cor marrom muito escura. O cão coça bastante as orelhas. O ácaro que acomete o conduto auditivo não é o mesmo que causa sarna de pele. Ele é transmitido entre cães e gatos, mas não para o homem.
* Fungos: é similar à otite bacteriana, mas o tipo de agente é outro. Apenas o exame da secreção do ouvido poderá diferenciar o microorganismo causador.
* Seborreica: por excesso de produção de cera. Alguns cães produzem muito cerúmen e o mesmo não é eliminado. O acúmulo do material vai causar fermentação, o que leva ao mau cheiro e posterior inflamação dos ouvidos.
* Umidade: alguns cães têm o hábito de nadar, e a entrada de água nos ouvidos certamente causará inflamação. A penetração de água no conduto auditivo durante o banho também pode causar otite.
* Predisposição racial: raças que tem orelhas longas e peludas têm maior probabilidade de terem otite. Orelhas caídas abafam os ouvidos e não permite a circulação de ar, condição que favorece a multiplicação de bactérias. O excesso de pêlos que algumas raças apresentam dentro dos ouvidos é outro fator predisponente. Os pêlos formam um tampão que impede a entrada de ar e a saída da cera. A remoção do excesso de pêlos de dentro dos ouvidos deve ser feita conforme orientação do veterinário.
Nenhum comentário:
Postar um comentário